7 dicas infalíveis para os motoristas levarem a EPTC à falência

Juliano Schüler
3 min readDec 7, 2018

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Foto: Cesar Lopes/ Arquivo PMPA

Quem dirige um veículo nas ruas de Porto Alegre certamente tem uma história de ódio para com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). E certamente também ficou indignado com as notícias de uma suspeita de que agentes de fiscalização eram pressionados por superiores a multarem mais. Sim, a obter um maior volume de multas, tipo bater meta. Ou seja, seria isso uma fábrica de multas? Na teoria sim.

Eis que a reação do porto-alegrense médio “ah, mas essa EPTC tem que acabar! Onde já se viu? Tá na cara que é uma máquina de arrecadação do município!”. Olha, se tem uma coisa que qualquer esfera — municipal, estadual ou federal — sempre vai fazer é meter a mão no bolso do cidadão.

Lamento decepcionar se você foi uma dessas pessoas que ficou muito revoltada e usa os argumentos acima contra a EPTC. O órgão da prefeitura da capital gaúcha só sobrevive por que é alimentado. Com infrações, com multas de motoristas.

Quer acabar mesmo com a EPTC? Então siga essas dicas infalíveis. E repasse nos seus grupos de WhatsApp.

1) Use o cinto de segurança: Não só você, mas exija o cinto de quem está na sua carona ou no banco traseiro. Se você usa moto, o mesmo vale para o capacete.

2) Não estacione em local proibido: Pode render apenas uma multa, mas também toda a dor de cabeça de ter o carro guinchado. Essa brincadeira sai bem cara.

3) Não use o celular enquanto dirige: a notificação de WhatsApp pode esperar você chegar até em casa. Se a ligação for importante, pare no posto de gasolina mais próximo e retorne a chamada.

4) Use o pisca (ou seta): muitos motoristas não repararam, mas os veículos vêm equipados com uma alavanca atrás do volante, no lado esquerdo, que serve para indicar para que lado você quer dobrar. Não utilizar esse recurso é infração, gera multa.

5) Tenha a documentação em dia: além de portar a sua CNH e o documento do veículo, também observe se há água no limpador de para-brisa, se há alguma lanterna queimada.

6) Se beber não dirija: Não dirija. Não dirija. Não dirija. Além da multa, você vai colocar em risco a sua vida e a de outros motoristas.

7) Respeite o limite de velocidade: Se é 60km/h, não é 67km/h. Se é 80km/h, não é 92km/h. Mantenha-se no limite de velocidade para não receber sua foto pelo correio.

Parece óbvio, né? Mas são essas infrações, entre outras, que geram receita para a EPTC. E a EPTC coloca seus agentes na rua para fiscalizar, autuar e gerar receita ao município. “Ah, mas eles deviam educar antes de multar…”, alguns dirão. Meu caro, quem tem que educar é a “auto-escola”, quando o condutor está em formação. E cabe à “auto-escola” elevar (e muito) a régua para aprovar novos condutores. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) está aí desde 1998 e tem gente pegando o volante de um carro que não o cumpre. Se o motorista de Porto Alegre dirige mal em sua maioria e não respeita as regras, não dá pra botar a culpa na EPTC, mesmo que haja uma suspeita de que agentes são pressionados para multarem mais.

Ou seja, se você não gosta da EPTC, não dê margem para ela multar você. Siga as regras e não será multado. Assim ela não teria receita. Mas mesmo que esse utópico grande esforço de correção dos motoristas leve a EPTC à falência, não se iluda: o município vai colocar a mão no seu bolso em um novo imposto para substituir a hipotética obsolência do órgão.

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Juliano Schüler

Strategist (Brand)+(Digital) | Creative (Planner)+(Copywriter) | MBA, Strategic Branded Content and Co-creation (PUCRS) | Building Brands with Purpose (NYU).